quarta-feira, 8 de junho de 2011

Correr na Areia é bom e seguro!!

Praticantes e médicos assinam embaixo quanto às vantagens sobre correr na praia; portanto, se você ainda não deu suas passadas, programe-se para começar...




O terreno arenoso oferece muitos pontos positivos para o seu treino. Mesmo que não corra, realizar movimentos como saltos, deslocamentos laterais e ziguezagues na areia contribui para a estabilidade das articulações e o fortalecimento dos músculos inferiores. 

Exercícios nesse terreno são excelentes para propriocepção — a capacidade que a pessoa tem para perceber o espaço que seu corpo ocupa e como ele se posiciona. Nada mais é que a conscientização corporal. Isso pode ser trabalhado com movimentos específicos na areia. 

“Como a praia é uma superfície irregular, macia e pesada — no caso da areia fofa —, há um aumento do estímulo proprioceptivo, que gera maior controle muscular e estabilidade das articulações do quadril, joelho e pé”, diz o fisioterapeuta Ricardo Rocha, profissional do Centro Ortopédico e de Reabilitação do Esporte do Hospital do Coração (HCor), em São Paulo. 

O ortopedista Ricardo Cury, diretor do Comitê de Cirurgia do Joelho da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), destaca outro ponto a favor da corrida nesse piso. “Exercícios na areia fofa queimam mais calorias porque o gasto energético para realizar os movimentos é maior”, afirma Cury. Estudos comprovam que a corrida na areia chega a queimar 60% mais calorias por milha (que equivale a 1,6 km) que a mesma distância realizada no asfalto. Ou seja: a areia emagrece mais. 

E os riscos? 
Equilíbrio, agilidade e força são os benefícios associados à corrida na areia. Porém, você deve considerar seu nível de preparo físico antes de começar. “Uma pessoa que nunca praticou atividade física não deve se arriscar em uma corrida na areia fofa. Ela vai forçar a lombar e as articulações. As chances de se lesionar são enormes, além da possibilidade de torcer o pé, que não está com a musculatura preparada para um piso irregular”, diz o ortopedista Marcelo Filardi. 

Fernanda Manhães, atleta e professora de beach running (corrida na praia, modalidade que existe em algumas academias) da A! Body Tech no Rio de Janeiro, avisa que a sobrecarga na região lombar pode ser conseqüência de uma musculatura fraca do abdome e das costas. Logo, quem quiser correr na areia deve, antes de encarar os treinos, fortalecer essas partes com exercícios específicos de musculação. Um dos alunos de Fernanda, Luiz Guilherme Teixeira, de 35 anos, conta que teve um problema lombar. 

Há um ano, sob a supervisão da instrutora, executa treinos na areia, com acessórios como cones, pára-quedas e elástico. “Aprendi a escutar e respeitar meu corpo. Ele sinaliza melhor que ninguém se tem alguma coisa errada”, diz Teixeira. Parece que está dando certo. O empresário carioca fez em outubro a Meia Maratona do Rio de Janeiro e jura que suas costas não chiaram. E planeja para 2009 uma ultramaratona. 

Além das eventuais conseqüências negativas, Felipe Guedes, triatleta e técnico de corrida em Santos, no litoral de São Paulo, destaca que um treino na praia também depende das condições do mar e do tempo. “Se a maré está alta ou choveu muito, o piso pode virar um lamaçal. 

A faixa de areia disponível para correr também pode diminuir e ficar mais inclinada. Nesse cenário, é melhor ir para uma esteira”, diz Guedes. Ele ainda sugere treinos pela manhã porque, no fim do dia, a chance de topar com buracos ou castelinhos feitos por banhistas é grande. 

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