quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Treinamento Funcional (2º parte)

ARTIGO EXTRAIDO DA UNIVERSIDADE DO FUTEBOL.

Treinamento funcional e equilíbrio corporal
Identificando os alvos do atleta de futebol para melhor treiná-lo
Equipe Universidade do Futebol
Do ponto de vista biomecânico voltado ao futebol, todo gesto motor apresenta instabilidade articular, principalmente dos membros inferiores. A corrida, o chute, o salto para um cabeceio, uma disputa de bola, todos esses movimentos dentre os milhares que existem neste esporte apresentam uma complexidade de sistemas corporais interagindo para que o organismo possa melhor executá-lo sem grandes perturbações e com extrema precisão.
De acordo com BERG (1989) citado por GOLDENBERG & TWIST, o equilíbrio pode ser entendido por três caminhos: a capacidade de manter uma posição, a capacidade para voluntariamente mover-se e a capacidade para reagir a uma perturbação.
Os músculos do corpo apresentam continuamente uma corrente para corrigir os distúrbios no centro de gravidade. Vale ressaltar que, quando o atleta está em pé, o centro de gravidade passa proximalmente e anteriormente à segunda vértebra sacral da coluna e esse ponto se modifica conforme os movimentos do jogo. Sendo assim, posso citar como exemplo o desafio do equilíbrio que força o corpo para frente, quando a base de suporte está nos pés e a cadeia de sistemas que contrapõe esse movimento começa com o tornozelo. Os músculos posteriores do tornozelo e das pernas contrairão para contrapor-se ao movimento, puxando o corpo e conseguindo promover o equilíbrio de modo a levar o ponto gravitacional ao lugar específico do corpo. Se o equilíbrio está forçando para trás, os músculos anteriores da perna serão contraídos e o trabalho para puxar as costas para o centro de gravidade se realizará.
Outro exemplo disto é quando o atleta realiza o chute. Nesse momento o peso do corpo é suportado somente por uma perna. Há um incremento do desafio do equilíbrio lado a lado do pé que está apoiado, no qual seguirá de pronação e supinação desta articulação neste membro. Em alguns instantes, o equilíbrio do corpo será muito forte nesta região para reagir contra o desafio do equilíbrio. Quando isso acontece, o atleta passa a usar não só os músculos que envolvem a articulação do tornozelo, mas também os músculos das pernas, quadris e costas para contrapor-se ao movimento.
Para treinar o equilíbrio sem perturbações e até aumentar sua performance, é necessário observar um conjunto de sistemas complexos motores e sensoriais. É importante enfatizar que antes do início deste treinamento, o atleta deve estar com força e flexibilidade bastante desenvolvidas. Desta maneira, as capacidades funcionais corporais podem ter muitos benefícios para um melhor desempenho atlético. Dentre os sistemas motores estão presentes: as qualidades físicas corporais(força, potência, resistência ) e o tônus da base. Em relação aos sistemas sensoriais temos: o sistema proprioceptivo, o sistema visual, o sistema vestibular e o sistema de controle motor. Este último pode ser entendido também como um sistema motor.
Portanto, ao treinar nosso corpo, devemos pensar que ele é um sistema interligado. Cada músculo tem receptores para avaliar as posições relativas ao espaço e a todo o equilíbrio corporal. Eles estarão em comunicação, interligando informações para tentar produzir um dado movimento. Isso acontece desde que todos os sistemas funcionem em harmonia para as exigências corporais desse esporte, podendo o atleta, estar livre de incômodos (dores articulares, ligamentar etc.). Para isso é necessária uma alta treinabilidade.
Bibliografia
GOLDENBERG, L. & TWIST, P. Strength Ball Training: 69 exercises using Swiss balls and medicine balls. United States of America. Human Kinetics. 2002.

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